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Resto Eu sou o resto Deixei a máscara cair Eu não presto Seu menos que Cain, Abel me veria subir Eu sou o vasculho, o resto de entulho, A parte que nada vale  Eu sou menos Getúlio Fascista, funcionário 
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A árvore que não plantei

 Minha memória anda estranha Lembro de coisas que não sei bem se existiram Com o passado faço barganha Me apego a aquelas que ainda não me fugiram Lembro bem de uma árvore Aquela que nunca plantei  Aquela que não deu gritos  Nos caminhos que nunca andei Lembro do suor da terra E daquele cheiro úmido no ar Todo o céu sem um azul Um único olhar  Ah, o olhar Existem olhares que entram na alma ... Existe algum olhar que te acalma? O olhar que nunca ganhei Lembro bem de uma árvore Aquela que nunca plantei,  Que o fruto não colherei A árvore, tua árvore. Se bem que não existem jardins  na cidade das memórias

Inspirar

A alguns dias disse que ia embora que não queria ficar quer dizer, comigo, na casa podia ser A alguns dias desistiu do que disse Mas ficou assim: armísticio armado guerra fria, amada A alguns dias minha pernas perderam a força Os olhos: Cachoeira A boca: Perdão! As mãos se apertavam comprimiam em uma Os pés não me levavam pra frente A alguns dias não durmo bem sonho com inconveniências penso inconsistentes De certa forma, ainda não sinto bem. Hora de fechar os olhos, inspirar

Quatro paredes pequenas

O quarto é o mesmo a solidão não, me sinto assim, mesmo acompanhado O quarto é mesmo a sensação é de agrado, mesmo um pouco sufocante Quantas histórias pode ter uma estante? O quarto é o mesmo a fumaça é outra, ainda não sei por que.. Hoje só me movo a reboque. O quarto é o mesmo, as vezes lembro de todos corpos que aqui entraram e nos que não entraram O quarto é o mesmo a palafita não, não sei por que hoje estou aqui na cidade das memórias

Desejo

O desejo é uma coisa traiçoeira vem sorrateiro, pé ante pé planta ideias, conceitos, pesares vem em sonho, forma de mulher Em cabelos enferrujados O desejo é uma coisa traiçoeira, na mesa do bar se coloca a beira olha os goles, espera que sejamos moles vem em sonho, forma de mulher Em cabelos enferrujados O desejo, ah o desejo, é traiçoeiro(...)

O topo

Eu escalei Escupi o mundo A minha imagem e semelhança Engoli o necessário... Me fiz assim... E mesmo assim, Me sinto sozinho Ninguém me olha, De certa forma Não como sou... Eu não mudei... Sou o mesmo merda de sempre Mas não o merda que acham que sou ... Sou um sabotador Um merda, Um nada... Pense assim: Nenhum parasita Se instala pedindo licença E eu sou o parasita Me encosto de canto, Entro via fumaça, Na sua respiração Sou louco o suficiente para estuda-la. Tudo isso é uma alucinação De um homem monstro Já disse, o álcool e outro eu... Uma coisa boa me aconteceu Não sei lidar, é claro, fudi com tudo... Afinal nunca quis ser feliz...

Bairro novo

Dizem que a mudança é algo que faz parte da vida, que é assim mesmo, mudamos, vamos para outras pessoas, somos outros lugares. Vim à um bairro novo, na cidade das memórias, me afastei do mar, da montanha e de tudo que me traga distração, existe um forte, apontando ao norte, uma base militar ou algo assim, pareço seguro, sempre sou inseguro. De hora em hora, algum vulto conhecido passa pela janela, não sei bem se chamo ou deixo passar, o chão não é mais areia movediça, a cama não é mais pequena, o pé direito parece aquele dos adultos e o ar parece esfumaçado pelo seu suor. Esta casa não é mais de certezas, bem menos uma prisão, parece até que escolhi vir aqui, os moveis parecem ser planos, as paredes esperança, e o alto dela vejo mais que o forte:O passado esta mais longe, um pouco mais longe. A bagagem é pesada, não há carros por aqui, uma ida e uma volta, uma imersão e uma subversão, passado e presente.   Daqui não posso sentir a fumaça sufocante, sinto certa falta, é co