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Mostrando postagens de 2017

Solidão que poeira leve

Falar de solidão não parece de meu feitio Aparento bruto demais para tal coisa... Falo com 300 pessoas por semana Sobre o mundo as estrelas e coisas mais Esbravejo, grito, afago e marco Sou presença e presente Algo que o tempo talvez não apague Mesmo assim, quero falar de solidão... Saído o personagem, caída a mascara me sinto Fausto Desejei algo como a destruição Negociei com o diabo, e perdi Abro as gavetas, roubaram meus cigarros nem a fumaça para me acompanhar um ônibus atrás do outro ninguém me procura nem mesmo eu No jogo entre augusto e branco não sou nem mesmo a plateia talvez eu seja o piso, ou o ar sacolejado, desajeitado, esbofeteado mas... não visto Falar de solidão não parece de meu feitio Aparento bruto demais para tal coisa... Da ultima vez me amarrei com cordas de cetim, espera, foi outra vez Na ultima me perdi em um labirinto espera, foi outra vez Na ultima vez, me atrapalhei e cai Ah sim, desta vez sim... Quebrei a redoma e fada

Sou folha

Pois eu sou folha triste a voar pois eu sou folha escrita pelo poeta Ainda respingo seiva de outra vida tinta de outra escrita Em minha estranha forma sou passado e presente mensagem e desaparecimento Sou levado como vento faço cabriolas, rascunhado, me acento sobre o solo surrado Possuo veias sulcos e nervuras emoção e fleuma Sou imagem e objeto palavra e húmus comida de verme de toda forma Pois eu sou folha triste a voar pois eu sou folha escrita pelo poeta

A velha cidade das memórias

Cheguei de malas as ruas ainda são cinzas as férias acabaram a névoa das sete horas já esfumaçam É pouca coisa mudou esta cidade está empoeirada quanto trabalho a se fazer A velha casa das certezas, abandonada me encontro em um banco qualquer um som vem de longe há um teatro aqui nunca vi A morte nos visita com nova opera suas filhas aqui de novo Tristeza e Solidão estas já vi mais cedo Me sento em um acento ocupado, não existem espaços em um lugar como este por aqui em meu cantil algo com cheiro cortante que deixo rasgar entre os pulmões Moria passa entre os vacantes pedindo um pouco de atenção um copeque no chapéu da senhora Estou de volta a cidade das memórias espero ser bem vindo

Traquinagem de um garoto perdido

Certa vez  achei que havia conquistado a montanha ido longe...chegado em algum lugar Certa vez achei que tinha o mundo em mãos que os versos morreram por inanição Certa vez achei que alcei voo alto senti os céus com pés descalços Certa vez achei que o tempo esperou que a vida me alcançou Desta vez, já sei Subi o muro para cair esboroei os apoios senti meu corpo caindo no tempo de fechar os olhos Acostumado...cai