Dizem que a mudança é algo que faz parte da vida, que é assim mesmo, mudamos, vamos para outras pessoas, somos outros lugares. Vim à um bairro novo, na cidade das memórias, me afastei do mar, da montanha e de tudo que me traga distração, existe um forte, apontando ao norte, uma base militar ou algo assim, pareço seguro, sempre sou inseguro.
De hora em hora, algum vulto conhecido passa pela janela, não sei bem se chamo ou deixo passar, o chão não é mais areia movediça, a cama não é mais pequena, o pé direito parece aquele dos adultos e o ar parece esfumaçado pelo seu suor.
Esta casa não é mais de certezas, bem menos uma prisão, parece até que escolhi vir aqui, os moveis parecem ser planos, as paredes esperança, e o alto dela vejo mais que o forte:O passado esta mais longe, um pouco mais longe. A bagagem é pesada, não há carros por aqui, uma ida e uma volta, uma imersão e uma subversão, passado e presente.
Daqui não posso sentir a fumaça sufocante, sinto certa falta, é como um vício, um estranho costume de sofrer, de recusturar a pele com agulha em brasa. Todos os dias uma pilula de normalidade, ainda é anormal...
No esgoto não circula minha bílis, as estrelas não são desejos. A casa mais próxima se perdeu no tempo e tristeza e solidão parecem se esconder por lá. A morte me dá um mero olá distante e Mória se mantém no centro, buscando atenção. A fada perdeu o encanto e em mulher ordinária se tornou, fora daqui, a dona do mar, navegou com os ventos para outros pontos deste globo diverso.
De mudança... talvez tenha até companhia.
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