Que o anjo que arrancou suas próprias azas
Pena por pena, erro por erro;
E eu erei demais, por tempo demais.
Por isto estou aqui
Imerso
Neste eterno inverno, neste eterno inferno , neste eterno...”
(...)
(...)
E assim gritou a desesperada voz
Calada pela sua solidão
Apenas os quadros e um velho contra baixo lhe assistia
Via-se o morrer lento do jardim lá fora
A garoa torpia o caminho que fez
Podia-se ver que trancou o portão
A porta ainda estava aberta
Ainda podia sentir seu perfume
O vento cortante invadia a casa
Com demais gritos daquela tarde
E o relógio não regredia?
Seu tiquetaquear mantinha seu insaciável ritmo
Quão tíbio é este velho senhor que rege nossa velhice e juventude !
Ainda era tarde?
Já é inverno?
Uma cama , algumas fotos
De que me vale este sopro de vida
O relógio não regride ?
Tento voltar...
Já era solstício,
Diziam os bruxos de outrora
Que este seria o Yule?
Já é tarde?
Ainda era inverno?
Uma centena de dias
Alguma poesia
E uma certeza
Menos triste seria o homem ...
Maldito momento em que voei
Denominei-me anjo
E de lá me expulsei ...
(...)
(...)
Foi quando sussurrei
Adeus freya
(...)
Adeus freya
(...)
“Menos triste o homem que nunca chegou aos céus
Que o anjo que arrancou suas próprias azas
Pena por pena, erro por erro;
E eu erei demais, por tempo demais.
Por isto estou aqui
Imerso
Neste eterno inverno, neste eterno inferno , neste eterno...”
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