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Solidão que poeira leve

Falar de solidão não parece de meu feitio
Aparento bruto demais para tal coisa...

Falo com 300 pessoas por semana
Sobre o mundo as estrelas e coisas mais
Esbravejo, grito, afago e marco
Sou presença e presente
Algo que o tempo talvez não apague

Mesmo assim,
quero falar de solidão...
Saído o personagem, caída a mascara
me sinto Fausto
Desejei algo como a destruição
Negociei com o diabo, e perdi

Abro as gavetas,
roubaram meus cigarros
nem a fumaça para me acompanhar
um ônibus atrás do outro
ninguém me procura
nem mesmo eu

No jogo entre augusto e branco
não sou nem mesmo a plateia
talvez eu seja o piso, ou o ar
sacolejado, desajeitado, esbofeteado
mas... não visto

Falar de solidão não parece de meu feitio
Aparento bruto demais para tal coisa...

Da ultima vez me amarrei com cordas de cetim,
espera, foi outra vez
Na ultima me perdi em um labirinto
espera, foi outra vez
Na ultima vez, me atrapalhei e cai
Ah sim, desta vez sim...

Quebrei a redoma e fada voou
foi ser livre, e aqui estou
para falar de solidão
como seu sempre sei

Mas de tanto falar de solidão
de nada falei, pensamentos confusos
uma guerra de mundos
da qual me frustrei

Na cidade das memórias
ouço meu próprio assobio
varrendo as ruas arredio
ouço as canções de minhas próprias histórias

"solidão que poeira leve"


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