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A velha cidade das memórias

Cheguei de malas
as ruas ainda são cinzas
as férias acabaram
a névoa das sete horas já esfumaçam

É pouca coisa mudou
esta cidade está empoeirada
quanto trabalho a se fazer

A velha casa das certezas, abandonada
me encontro em um banco qualquer
um som vem de longe
há um teatro aqui nunca vi

A morte nos visita com nova opera
suas filhas aqui de novo
Tristeza e Solidão
estas já vi mais cedo

Me sento em um acento ocupado,
não existem espaços em um lugar como este por aqui
em meu cantil algo com cheiro cortante
que deixo rasgar entre os pulmões

Moria passa entre os vacantes
pedindo um pouco de atenção
um copeque no chapéu da senhora

Estou de volta a cidade das memórias
espero ser bem vindo

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O topo

Eu escalei Escupi o mundo A minha imagem e semelhança Engoli o necessário... Me fiz assim... E mesmo assim, Me sinto sozinho Ninguém me olha, De certa forma Não como sou... Eu não mudei... Sou o mesmo merda de sempre Mas não o merda que acham que sou ... Sou um sabotador Um merda, Um nada... Pense assim: Nenhum parasita Se instala pedindo licença E eu sou o parasita Me encosto de canto, Entro via fumaça, Na sua respiração Sou louco o suficiente para estuda-la. Tudo isso é uma alucinação De um homem monstro Já disse, o álcool e outro eu... Uma coisa boa me aconteceu Não sei lidar, é claro, fudi com tudo... Afinal nunca quis ser feliz...

A árvore que não plantei

 Minha memória anda estranha Lembro de coisas que não sei bem se existiram Com o passado faço barganha Me apego a aquelas que ainda não me fugiram Lembro bem de uma árvore Aquela que nunca plantei  Aquela que não deu gritos  Nos caminhos que nunca andei Lembro do suor da terra E daquele cheiro úmido no ar Todo o céu sem um azul Um único olhar  Ah, o olhar Existem olhares que entram na alma ... Existe algum olhar que te acalma? O olhar que nunca ganhei Lembro bem de uma árvore Aquela que nunca plantei,  Que o fruto não colherei A árvore, tua árvore. Se bem que não existem jardins  na cidade das memórias
Resto Eu sou o resto Deixei a máscara cair Eu não presto Seu menos que Cain, Abel me veria subir Eu sou o vasculho, o resto de entulho, A parte que nada vale  Eu sou menos Getúlio Fascista, funcionário