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estava saindo para viver

faz tempo que não passo por aqui
era medo de me olhar no espelho
era medo de te modelar de novo com algum empenho
é sorriso...
Tuas madeixas de tom escarlate foram embora
teus lábios cor de rosa hoje pintam outros mistérios
 teu olhar de ternura não me mira mais
é sorriso...
nossas rizadas fim de tarde
nossas farsas sem alarde
nossas festas de varde
é sorriso...
aquelas palavras faladas
aquelas caricias trocadas
aquelas pequenas confissões roubadas
é sorriso...
Agora somos alcool
Agora somos questão
Agora somos estudo
agora somos superfície
Agora somos paisagem
é sorriso já são quase uma da manhã e não te dei boa noite

Boa noite, boa vida !



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O topo

Eu escalei Escupi o mundo A minha imagem e semelhança Engoli o necessário... Me fiz assim... E mesmo assim, Me sinto sozinho Ninguém me olha, De certa forma Não como sou... Eu não mudei... Sou o mesmo merda de sempre Mas não o merda que acham que sou ... Sou um sabotador Um merda, Um nada... Pense assim: Nenhum parasita Se instala pedindo licença E eu sou o parasita Me encosto de canto, Entro via fumaça, Na sua respiração Sou louco o suficiente para estuda-la. Tudo isso é uma alucinação De um homem monstro Já disse, o álcool e outro eu... Uma coisa boa me aconteceu Não sei lidar, é claro, fudi com tudo... Afinal nunca quis ser feliz...

A árvore que não plantei

 Minha memória anda estranha Lembro de coisas que não sei bem se existiram Com o passado faço barganha Me apego a aquelas que ainda não me fugiram Lembro bem de uma árvore Aquela que nunca plantei  Aquela que não deu gritos  Nos caminhos que nunca andei Lembro do suor da terra E daquele cheiro úmido no ar Todo o céu sem um azul Um único olhar  Ah, o olhar Existem olhares que entram na alma ... Existe algum olhar que te acalma? O olhar que nunca ganhei Lembro bem de uma árvore Aquela que nunca plantei,  Que o fruto não colherei A árvore, tua árvore. Se bem que não existem jardins  na cidade das memórias
Resto Eu sou o resto Deixei a máscara cair Eu não presto Seu menos que Cain, Abel me veria subir Eu sou o vasculho, o resto de entulho, A parte que nada vale  Eu sou menos Getúlio Fascista, funcionário