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O alcool e o outro eu

E pela terceira vez
estou nesta mesa de bar
suplicando por redenção
fugindo contra mim

Sou um ser de mãos atadas
confusas pelas suas próprias desventuras
são mortas em ataduras de suposta ternura

E novamente  teço laços
para me enforcar
para rasgar de forma desajeitada

Da primeira vez
tomei uma dose
foi uma facada que me sangrou
e tentei assim curar, com um adeus

Da segunda vez
Tomei uma dose
Foi um veneno hostil
que me cegou e fez ver o que não existia

Da terceira vez
Tomei uma dose
E lhe feri com balas
de dissimulação e de minha perdição

Corram, se escondam , me expulsem
ele acordou
Um ser insano que pouco me convenceu
ele acordou
Sou eu e não sou ninguém
ele acordou
Violência, ódio e dor
ele acordou
Ternura, saudade e abraço
ele acordou

E quem me da mais um gole ?

Então decolo
saiu daqui
vou para paris , Marte
sou político , sábio doutor
sou do amor, amo a guerra
sou contradição e mentira
sou delírio

E me odeio um gole mais




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