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Ode a dona do mar

Reverenciem o mar!
Pois lá vem sereia
Majestade de si
menina/mulher
segura o mundo todo em suas desajeitadas mãos

sereia de cabelos escarlates
longos como suas duvidas
lindos como seu ser
destacando-a no ar , na terra e no mar
a coroa de sua alma e altivez de sua posição

Da brancura de sua pele
se vê a inocência do mundo
estampada em um gesto ou dois
e nas marcar de suas próprias paixões

Mas nos olhos se vê malícia
de mulher feita em graça, jogos e distantes da solidão
dois planetas negros
dos quais raramente se pode explorar
Mas lá estão toda a poesia

E destes saem seu olhar
capaz de dominar todo o mundo
porém ternos
como naquela noite de outono
É enlaço e desembaraço
confusão e abraço
difusão e palavra
e por vezes descaso

de teus lábios
cor e rosa cor de vida
gracejam ao mundo
o toque mais terno
momentos eternos
palavras se modelam
nossas bobagens sussurradas

E deles formam-se seu sorriso
sorriso este que tanto lhe chamei
a risada da qual se aprisiona
e liberta tudo que há de harmonioso neste mundo
sorriso este que é seu segundo nome
bandeira de que o dia nasceu

Mas é na musica que se mostra
já diziam as lendas que ligavam a sereia ao canto
e no canto ela se demonstra
sobre musicas exorciza os medos do mundo
os pesos se vão e ela se põe a fazer aquilo que lhe descrevem o mundo

É sobre a musica que sabes seduzir e ser seduzida
na ritmia das ondas e no som do mar
ela segue sua dança
e os lábios cor de rosa brincam e brigam
entre seus alvos casos e afetos
eles escolhem tão bem (...)
mas nunca lhe esconde o sorriso
que deve ser constante como a luz do sol

Que comece teu baile
e assim se move
da forma que a musica lhe pede
desvia de todo como se fosse o fim
existem tons que a complete
e suas madeixas vermelhas
rasgam o salão
e desenham sobre si
o mundo que tomei para mim

mulher de alma e assim se põe
em teus seios a beleza da juventude reflete
com os montes do mundo o embelezam
como a mais estonteante paisagem
em teu toque a precisão do arrepio
do respirar, tremer , ser ...

E sobre suas risadas
se desfazem as ondas
e em poucas braçadas
venceu o rio, venceu o mar
e sobre suas risadas
que desaguam saudades
e com desembaraço
se banha nas cachoeiras de toda sorte

Mas é no fundo do oceano que és mais bela
pois não há nada de tirano que a interpela
e lá despe seus medos
e põe-se a nadar, e foi aqui que nos perdemos

E assim vaga a seu destino
em desatino com qualquer preocupação
pois sua ação
não veio para agradar
apenas para destilar seu canto
distribuir seu riso
que vire o de outros tantos

"comece a musica"

Reverenciem o mar!
Pois lá vem sereia
Majestade de si
menina/mulher
segura o mundo todo em suas desajeitadas mãos




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