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Ilusão

É engraçado como tecemos nosso mundo numa série de ilusões que encistem em nunca se dissolver…
Mesmo sabendo que não possuímos a proeza da aranha, mesmo sabendo que a armadilha só prendera a você…

É engraçado como nos desenhamos azas para tentar voar…
Mesmo sabendo que não possuímos a proeza da ave, de planar entre sonhos que nunca vão me encontrar…

É engraçado como construímos grandes muralhas de pó, para protegermos a nós mesmos de nós mesmos… Mesmos sabendo de algo que não se pode  fugir que a realidade continua a mesma, mesmo que nós a recriemos….

É engraçado como tentamos reinterpretar a história, ignorando completamente o dom da memória…
Mesmo sabendo que as outras bocas não podemos mudar, e as palavras embaralhadas continuarão a se espalhar por toda escória…

É engraçado como nunca somos oque somos… e somos oque nunca fomos… quando se aproxima a despedida…Mesmo sabendo que a imagem marcada não é a da partida ….

É engraçado como com trancas tentamos trancar o sentimento, que sem explicação brota aqui dentro…
Mesmo sabendo que só o libertar com palavras pode trazer contento…

É engraçado como ainda encisto em escrever  nós dois…
Mesmo sabendo que nunca existiu, pois…

É engraçado como nos teus olhos azuis estou me perdendo…
Mesmo sabendo que já os perdi no tempo…

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O topo

Eu escalei Escupi o mundo A minha imagem e semelhança Engoli o necessário... Me fiz assim... E mesmo assim, Me sinto sozinho Ninguém me olha, De certa forma Não como sou... Eu não mudei... Sou o mesmo merda de sempre Mas não o merda que acham que sou ... Sou um sabotador Um merda, Um nada... Pense assim: Nenhum parasita Se instala pedindo licença E eu sou o parasita Me encosto de canto, Entro via fumaça, Na sua respiração Sou louco o suficiente para estuda-la. Tudo isso é uma alucinação De um homem monstro Já disse, o álcool e outro eu... Uma coisa boa me aconteceu Não sei lidar, é claro, fudi com tudo... Afinal nunca quis ser feliz...

Quatro paredes pequenas

O quarto é o mesmo a solidão não, me sinto assim, mesmo acompanhado O quarto é mesmo a sensação é de agrado, mesmo um pouco sufocante Quantas histórias pode ter uma estante? O quarto é o mesmo a fumaça é outra, ainda não sei por que.. Hoje só me movo a reboque. O quarto é o mesmo, as vezes lembro de todos corpos que aqui entraram e nos que não entraram O quarto é o mesmo a palafita não, não sei por que hoje estou aqui na cidade das memórias