Nesta noite, inquietante e torturante percebo, que sou cego.
Sim cego! Pois se não o fosse seria capaz de ver o que estava bem a minha frente!
Teria visto um novo caminho e neste não trilharia sozinho... Mas não percebi continuei a seguir miragens, ilusões, o que só me fez ferir.
Como não pude ver? Era tão lindo, tão obvio, tão… próximo… E eu não pude ver …
Se o tive-se feito talvez…
Estive-se a sorrir e não a chorar, talvez…
Não estivesse a fugir e sim a amar, talvez…
Não estivesse a me afogar no mar de amarguras que hoje existe aqui, talvez…
Mas não vi!
Você deve estar se perguntando… o que não vi? Por que se desespera tanto? O que pode ser? Será tão belo assim? O que move tanta dor? Será que a merece?
E eu lhe respondo… Claro que merece!!! Estou agoniando, pois não TE VI!!!!
Não percebi que estava aqui, não pude perceber o que sentia… não pude ver que você era a única luz que havia restado quando os muros de ilusões se acabaram e sobre minhas certezas desmoronam!
E nem mesmo ai pude ver, que o sentimento que “tinha” (pelo menos julgava me iludia em ter ) eram puros … mas os seus são …se existirem ….
Eu não vi! Não percebi o que eu mesmo sentia, então será que sentia ?
Sei que sim, apenas não o reconhecia, pois este amor não doía, em menos corroía a’lma como todos que se passaram até então...
Mas hoje ao ver-te em outros braços, envolta por outros olhares que não os meus, pude perceber tudo que guardava até de mim mesmo… mas agora reconheço o que sinto, és familiar, pois és sombrio e solitário… triste e arrependido... Provoca-me mil lágrimas sem nada ferir-me… agora sim és o amor que conheço!!!
Não aquele agradável sentimento que sentia ao lado teu, a falar tolices de algo que já esqueci, pois tudo que importava era te fazer sorrir, ao tocar sua face o provar que estava ali, tão bela... Tão simples… tão você!!!!
Eu não vi, e nunca demonstrei o que sentia, eu nem ao menos te percebi e agora te perdi… te perdi ??? Será que já te tive??? Alias é melhor perguntar, será que te teria???
Mas agora percebo a importância, pois és outro que vive em teu peito, e eu não vi o que sentia por ti, perdi minha oportunidade e a porta se fechou, agora atado e calado finalmente entendo tudo que se passava entre as janelas embaçadas …
Eu não vi…
…não vi…
Eu não…
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